ADN Celam

“O Reino Deus vincula-se a três elementos básicos: milagres, parábolas é a experiência coletiva do Reino” (Edmilson Schinelo)

Organizado pelo Cebitepal, Instituto Teológico João Paulo II (ITEO), Pontifícia Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, Brasil (UCDB); e o Centro Ecumenico de Estudos Bíblicos (CEBI-MS) inicia no dia 3 de agosto o Curso de Parábolas e Milagres com modalidade virtual síncrona, via Meet, EM PORTUGUÊS EXCLUSIVAMENTE.

 Para o ADN Celam entrevistamos o professor Edmilson Schinelo, coordenador do curso — mora em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil—, popular estudioso da Bíblia, colaborador do CEBI (Centro Ecumenico de Estudos Bíblicos), mestre em Bíblia e professor do Curso de Teologia da UCBD (Universidade Católica Dom Bosco).

 

Por que fazer um Curso em Milagres?

A supervalorização do milagre como “extraordinário”, algo que “extrapola as leis da natureza” não contribui para vincular a prática de fé das pessoas ao compromisso com a prática da justiça. Num momento em que muitos grupos “negociam” a religião por meio da oferta de milagres e curas, é fundamental propiciar uma compreensão mais ampla do tema, oferecendo um espaço de diálogo e debate para o amadurecimento de uma fé mais equilibrada e mais comprometida com o Reino de Deus.

 

Por que você combina dois temas neste Curso: Milagres e Parábolas de Jesus?

Quando os discípulos de João perguntam a Jesus se ele é “aquele que há de vir” ou se devem esperar outro, após realizar curas, ele responde: “os cegos recuperam a vista, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho” (Lc 7,22; Mt 11,5). Para a mentalidade da época, o Reinado de Deus estaria chegando quando, na “era messiânica”, esses sinais acontecessem. Podemos dizer, portanto, que o Reino Deus, tal como Jesus anuncia, vincula-se a três elementos básicos: os milagres são a manifestação da chegada do Reino; as parábolas permitem a compreensão do Reino, são a maneira com que Jesus o explica; a partilha (comida farta, banquetes e festas) é a experiência coletiva do Reino.

Milagres e parábolas, portanto, estão estreitamente interligados na compreensão do que é o Reinado de Deus, que, ao exigir a prática da Justiça, coloca-se como proposta substitutiva ao Reinado de César (Mt 21,21).

 

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Quais são os principais aspectos das parábolas que são tomadas para vinculá-los com milagres? O «estilo de parábola» na boca de Jesus Cristo é atual hoje?

Se buscarmos o que de fato remonta ao Jesus histórico, consensualmente admite-se que as parábolas e as curas mostram o que caracterizou a pregação e a prática do profeta nazareno. As primeiras, por sua linguagem simples e ao mesmo tempo provocativas, muito rapidamente passaram a compor a memória das comunidades ao transmitirem o que entenderam de seu fundador.  Por sua vez, as curas (muitas vezes apresentadas por meio de exorcismos), são expressão da misericórdia de Jesus. Junta-se, na pessoa de Jesus, a característica de um sábio que se expressa por meio de ditos e parábolas, mas também de alguém que usa sua força (dynamis) para a promoção da vida.

Na atualidade, a pesquisa bíblica segue reconhecendo que as parábolas remontam ao Jesus histórico. Mais do que isso, esse estilo de linguagem segue tocando com profundidade o coração e o imaginário das pessoas e comunidades.

Você considera que a palavra «milagres» constitui uma boa ponte para compreender a mensagem de Cristo em nosso tempo?

Em sua etimologia, Miraculum é tudo o que admirável aos olhos, ao que se pode “mirar”. Para a mentalidade bíblica em geral, tudo o que acontece é milagre: cada fato, seja da vida pessoal, seja da história do povo, é marcado por intervenção divina. O termo milagre (thauma em grego) é muito raramente usado no que chamamos de Novo Testamento. São muito mais comuns termos como “sinais” (semeia), “prodígios” (tera) e força (dynamis). Para a fé cristã, o milagre em plenitude é o evento salvífico que se dá na encarnação, morte e ressurreição de Jesus. Estudar os prodígios do “taumaturgo” Jesus, mas vinculados ao projeto de “Reino de Deus”, é retomar o sentido mais profundo da prática, da mensagem de Jesus, bem como o significado de sua presença entre nós.

 

Para mais informações e inscrições: https://celam.org/parabolas-e-milagres/

 

 

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